Saiba como fazer sua análise de riscos detalhadamente com uma ferramenta muito conhecida no mercado. Se não conhece o HAZOP não perca mais tempo e venha saber sobre!
Se você é um gerente de projetos muito provavelmente já teve problemas no seu planejamento em que podia ter-lo feito melhor, ou passou por riscos que não foram devidamente analisados e planejados da melhor forma no seu projeto. A ferramenta abordada em questão trás um detalhamento maior sobre riscos da empresa e tem seu padrão bem definido. A partir do conhecimento dela, os erros mais comuns e até os pouco frequentes podem ser analisados e a partir disso tomar medidas para agir contra eles. Se você não conhece o HAZOP dê uma chance a si mesmo de adquirir essa ferramenta.
A sigla HAZOP significa Hazard and Operability Study, que se traduz em Estudo de Perigos e Operabilidade. Tendo origem na empresa Imperial Chemical Industries (ICI), por volta dos anos 70, o seu foco era analisar sistemas de processos químicos, identificando problemas relativos a riscos e operabilidades, porém foi estendida para outros tipos de sistemas e operações tais como sistemas mecânicos, eletrônicos, de software, entre outros.
Seu objetivo é examinar cada segmento do processo (ou projeto), focando em seus pontos específicos um de cada vez, buscando identificar desvios do que seria o nível normal das operações na instalação da planta ou no processo produtivo, identificando suas causas e consequências e propondo medidas para tratamento dos riscos.

A ferramenta HAZOP trabalha baseando-se no uso de palavras-guia (Figura 1), que são determinadas pela equipe de engenheiros, geralmente um grupo de 5 a 7 participantes, buscando multidisciplinaridade entre seus conhecimentos, o que estimula a criatividade e a diversificação de seus conhecimentos. Entretanto, essa multidisciplinaridade deve ser condizente ao objetivo da análise.
– Mas o que é o HAZOP em si ?

HAZOP é uma ferramenta voltada para análise de riscos, apesar de inicialmente ter sido criada para analisar sistemas de processos químicos. Além das palavras-guia, a técnica se estrutura em desvios, causas, consequências e recomendações. Dessa forma a metodologia propõe diversas soluções para tratamento dos riscos
Não entendeu? Vamos ver algumas funções para ter uma melhor compreensão!
- Identificar problemas de segurança e eventuais perigos que possam surgir, colocando em risco os equipamentos da instalação;
- Averiguar problemas de operabilidade que, mesmo não sendo considerados perigosos, podem causar perda de produção e comprometer a qualidade do produto e a eficiência do processo;
- Identificar a perda de continuidade operacional da instalação e perda de especificação do produto (SOUZA, 2000).
– Interessante, mas quando eu devo usar a ferramenta ?

O ideal é aplicar a ferramenta na fase de concepção do projeto, onde são listados os perigos associados ao sistema, determinando riscos que podem existir. Porém, isso não exclui a possibilidade de aplicação em outros tipos de avaliação de riscos, como revisão para sistemas de segurança, modificação e ampliação de processos já em operação, entre outros. Pode-se dizer que o Estudo de Perigos e Operabilidade pode ser usado em qualquer estágio da vida de uma instalação.
Alguns elementos que podem ser definidos nesse estágio são:
- Matérias primas, produtos intermediários e finais;
- Equipamentos de processo e de segurança;
- Ambiente operacional;
- Operações (teste, manutenção, procedimentos de emergência, etc)
- Instalações;
Na medida em que perigos são identificados nas áreas, ao mesmo tempo, medidas corretivas são descritas. E para melhor utilização da ferramenta e do trabalho, é necessário o máximo de informações possíveis, inclusive de casos distintos, buscando compreender estudos de riscos de instalações semelhantes. Esse método faz com que a pessoa que usa a ferramenta tenha uma visão melhor e mais abrangente, ampliando as chances de sucesso em sua aplicação.
Para a aplicação da ferramenta seguimos basicamente estas etapas:
- Nomeação de um responsável para o estudo da ferramenta;
- Definição dos objetivos;
- Definição das palavras-guia;
- Definição da equipe e pessoas indiretamente envolvidas;
- Coleta de informações e documentos.

Vantagens/desvantagens no uso de HAZOP.
A ferramenta traz uma série de vantagens, como a identificação dos riscos e consequências com antecedência e a possibilidade de mitigação e contingência. Tendo esta visão no início do projeto, torna muito mais viável a execução de planos de controle. Além disso, é uma metodologia rígida e obriga a avaliação do processo baseando-se nos limites estabelecidos nos desenhos de engenharia, dependendo do entendimento do grupo a respeito dos possíveis efeitos, causas e tipos de produtos. Essa avaliação também é chamada da definição de “nós” e é importante que seja feita pela equipe de HAZOP devido aos seus conhecimentos de processo, operação e projeto.
A monotonia é um dos pontos fracos da ferramenta, que segue cada um dos desvios. Um outro ponto importante é não deixar passar em branco questões como a saúde dos trabalhadores e do meio ambiente, o fator ergonômico também é crucial em projetos.

O Estudo de Perigos e Operabilidade complementa os projetos da forma ideal, para gerentes inexperientes ele trás uma forma padrão de análise e diversas formas para solucionar problemas, após entregue o projeto também é possível recorrer a ferramenta para dar durabilidade e manutenção ao produto, visto que o pós projeto é tão importante quanto o anterior. Já o caso de um gerente experiente, a ferramenta torna seu trabalho prático, não precisando de tanto detalhamento e assim ele realiza o processo com mais agilidade, dando importância para pontos mais específicos. Com o auxílio das palavras-guia sua equipe consegue o acompanhar, seguindo a forma estruturada que a ferramenta trás as informações. De certa forma podemos observar como um ciclo, onde alimentamos a ferramenta com informações e da mesma forma sanamos dúvidas recorrendo a mesma, de maneira a auxiliar a equipe em geral.
Diante da abordagem, é possível um entendimento de como funciona a ferramenta e sua vasta utilidade nos riscos de projetos. Para um uso com perfeição é sugerido uma análise mais aprofundada da ferramenta em questão, para ir de auxílio a realidade e cultura da empresa que irá utilizá-la, buscando situações semelhantes para ter um padrão de comparação. Façam uso deste método, testem em suas empresas ou simulem o uso HAZOP pois um exemplo próximo da realidade de cada um pode trazer diferente cenários úteis onde ele pode ser empregado.
Referências Bibliográficas:
Blog segurança do trabalho. Disponível em: http://www.blogsegurancadotrabalho.com.br/2016/02/o-que-e-hazop.html. Acesso em 9 nov. 2017.
De-Segurança. Disponível em: http://www.de-seguranca.com.br/analise-de-risco-metodo-hazop-uma-ferramenta-indispensavel/. Acesso em nov. 2017
Qualidade online. Disponível em: https://qualidadeonline.wordpress.com/2012/05/03/conheca-a-ferramenta-estudo-de-perigos-e-operabilidade-hazop/. Acesso em 9 nov. 2017.
SOUZA, C. R. C. Análise e Gerenciamento de Riscos de Processos Industriais. Rio de Janeiro. Acesso em: 15 nov. 2017.
LUZ, D. F.; KAERCHER, A. R. Gerenciamento de riscos. Acesso em: 15 nov. 2017
UVAGP, Disponível em: https://uvagpclass.wordpress.com/2017/08/26/estudo-de-perigos-e-operabilidade-hazard-and-operability-study-hazop/. Acesso em 16 nov. 2017.
4 de dezembro de 2017 at 10:52
Gostei do seu post, Alex. E agradeço por me referenciar.
Parabéns!!!!!
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4 de dezembro de 2017 at 11:29
Artigo muito esclarecedor!
Apresenta de maneira clara e objetiva os usos do HAZOP, bem como a importância da ferramenta para a análise de riscos e prevenção de acidentes.
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4 de dezembro de 2017 at 12:30
Muito importante e interessante para os profissionais.
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4 de dezembro de 2017 at 13:14
Uma síntese clara do processo.
No mundo de hoje, onde trabalhamos com prevenção no lugar de reparação, não se pode passar sem um HAZOP.
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